Lanús x Fluminense: gol no fim decide a ida das quartas da Sul-Americana em noite de La Fortaleza

Lanús x Fluminense: gol no fim decide a ida das quartas da Sul-Americana em noite de La Fortaleza

O jogo em La Fortaleza: intensidade alta, defesas sólidas e decisão aos 89

Lanús x Fluminense entregou exatamente o que um mata-mata pede: tensão até o apito final. No Estadio Ciudad de Lanús, a famosa La Fortaleza, o time argentino venceu por 1 a 0 com gol de Marcelino Moreno aos 89 minutos, inflamando os mais de 35 mil torcedores presentes e abrindo vantagem nas quartas de final da Copa Sul-Americana.

A partida foi amarrada por quase todo o tempo. Linhas compactas, poucos espaços entre setores e muita disciplina sem a bola. O Lanús alternou pressão média com recomposição rápida, evitando que o Fluminense acelerasse por dentro. Quando recuperava a posse, buscava transições curtas e inversões para quebrar a primeira linha carioca. O Flu, por sua vez, teve mais bola em trechos do jogo, mas esbarrou no último passe e em cruzamentos previsíveis.

Mesmo com cinco desfalques por lesão, o Lanús mostrou arsenal competitivo. A base mesclou veteranos que ditaram o ritmo com jovens que correram por todos. O desenho tático argentino protegeu a área e, nas raras vezes em que cedeu espaço, o goleiro trabalhou com segurança. Do lado tricolor, houve paciência para circular e tentar atrair o adversário, porém faltou profundidade para atacar as costas da defesa, além de presença mais agressiva na segunda bola.

O lance decisivo nasceu de uma jogada insistida pelo lado esquerdo, após recuperação alta que pegou o Flu saindo. A bola chegou a Marcelino Moreno, que bateu colocado, no cantinho, já nos minutos finais. O gol coroou a estratégia de resistir e golpear no momento certo, uma marca de times argentinos em fases agudas de copa.

O árbitro manteve controle da partida, sem grandes intervenções. O jogo foi físico, mas leal, com poucas chances claras para ambos os lados. Na soma, valeu a eficiência: quem teve a melhor oportunidade no fim, marcou. Para o Fluminense, ficou a frustração de um jogo que parecia caminhar para o 0 a 0, mas também a sensação de que há espaço para ajuste ofensivo no Maracanã.

O contexto pesa. O Lanús conhece o caminho da Sul-Americana — já ergueu a taça em 2013 e voltou a decidir em 2020. O Fluminense chega com casca de quem viveu grandes noites continentais recentes e tem repertório para remontadas no Rio. Essa combinação deixa a volta com cara de clássico sul-americano: intensidade, detalhes e nervos à flor da pele.

O que muda para a volta no Maracanã: cenários, regulamento e ajustes

O que muda para a volta no Maracanã: cenários, regulamento e ajustes

Na Conmebol, não existe mais gol qualificado. Isso muda a conta para o jogo da volta: o 1 a 0 dá ao Lanús a vantagem simples no agregado, mas não há benefício extra por ter marcado em casa ou fora. Se o Fluminense vencer por um gol de diferença no Rio, a decisão vai direto para os pênaltis. Se ganhar por dois ou mais, avança no tempo normal. Qualquer empate favorece o Lanús.

  • Se o Flu vencer por 1 gol de diferença: disputa de pênaltis.
  • Se o Flu vencer por 2 ou mais: classificação tricolor.
  • Se houver empate: Lanús classificado.
  • Se o Lanús vencer novamente: argentinos nas semifinais.

O desenho da volta pede mudanças de postura. Em casa, o Fluminense tende a acelerar a circulação, abrir o campo com pontas mais agudos e entrar na área com mais gente. A equipe precisa variar a origem das jogadas — menos cruzamentos previsíveis, mais infiltração por dentro e combinações de ultrapassagem pelos lados. A bola parada ofensiva, que não encaixou na ida, vira arma importante diante de um Lanús forte no mano a mano defensivo.

Do outro lado, o Lanús não deve se encolher totalmente. A equipe mostrou que sabe sofrer sem a bola, mas também que tem transição perigosa. Se repetir a compactação e encaixar duas ou três escapadas bem trabalhadas, pode matar o confronto. O time argentino, que já provou ter elenco para absorver desfalques, provavelmente reforçará as coberturas laterais e a proteção ao miolo da área — foi ali que resistiu melhor.

Fisicamente, a chave estará na recuperação entre jogos. O ritmo elevado da ida cobrou esforço das duas equipes. Banco forte e gestão de minutos podem decidir no segundo tempo do jogo no Maracanã. A atmosfera também pesa: o estádio costuma empurrar o time da casa e acelerar o ritmo do jogo. Se o Fluminense transformar essa energia em volume com qualidade — finalizações de dentro da área e menos arremates de média distância — as chances de levar a decisão ao limite aumentam.

Há ainda o fator psicológico. O Lanús chega mais leve, com a vantagem e a confiança de ter resistido bem. O Fluminense joga sob pressão, mas com o conhecimento de que já reverteu cenários parecidos em competições continentais. Em mata-mata, a linha entre a classificação e a eliminação é um detalhe: uma bola defendida, um desvio num escanteio, um contra-ataque certeiro. A ida em La Fortaleza mostrou isso. A volta no Maracanã promete elevar o volume dessa história.