Foi com tom de tranquilidade que Sergio Busquets divulgou que vai pendurar a chuteira ao término da temporada 2025 da Major League Soccer. O anúncio chegou em forma de vídeo nas redes sociais, onde o capitão do meio‑campo agradeceu a família, colegas e torcedores, dizendo estar “feliz, orgulhoso, realizado e grato”.
A trajetória no Barcelona
Nasceu em Sabadell, mas foi nas categorias de base do Barcelona que o espanhol aprendeu o que seria o seu estilo de jogo. Aos 17 anos, estreou no time principal e, ao longo de 18 temporadas, transformou‑se no pilar de um dos períodos mais vitoriosos da história do clube.
Com a camisa blaugrana, Busquets levantou 32 troféus, entre eles três UEFA Champions League (2009, 2011, 2015) e nove La Liga (2009‑2016, 2018, 2020). O que o tornava especial não eram apenas as medalhas, mas a maneira discreta de controlar o ritmo, a precisão dos passes curtos e a capacidade de ler a partida antes mesmo que o adversário soubesse o que ia acontecer.
Esse perfil ajudou o Barcelona a dominar o chamado “tiki‑taka”, aquele futebol de toque rápido e posse de bola que marcou a era de Pep Guardiola. Mesmo quando o time mudou de treinador, Busquets permaneceu como referência tática, adaptando‑se sem perder a essência.

Os últimos anos e a despedida
Em 2023, o jogador aceitou o convite de David Beckham e chegou à MLS para vestir a camisa do Inter Miami. A mudança também significou reencontrar Lionel Messi, seu velho amigo de campo, e mais dois veteranos do Barcelona: o lateral Jordi Alba e o atacante Luis Suárez. A química entre eles foi instantânea, e o trio ajudou o clube a conquistar a Leagues Cup em 2023 e o Supporters’ Shield, que premia o melhor time da regular season, em 2024.
Além dos títulos, a passagem pelos Estados Unidos permitiu que Busquets mostrasse outra faceta: a de mentor. Jovens jogadores da liga reconhecem que ele trazia disciplina tática e ensinava a importância do posicionamento, algo que vai ficar marcado nas academias do Inter Miami por muito tempo.
No plano internacional, o espanhol tem a mesma carga de glória que coleciona nos clubes. Foi titular da seleção que venceu a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e a Eurocopa de 2012, em Polônia e Ucrânia. Em ambos os torneios, sua missão foi garantir estabilidade defensiva e iniciar a construção das jogadas ofensivas.Quando o vídeo de aposentadoria foi postado, a mensagem foi curta mas carregada de emoção: “Estou me retirando muito feliz, orgulhoso e agradecido. O futebol fará parte da minha história para sempre”. A reação nas redes foi imediata, com milhares de mensagens de apoio, desde companheiros de equipe até fãs que acompanharam sua carreira desde o sub‑15.
A saída de Busquets deixa um vácuo no meio‑campo defensivo que não será fácil de preencher. Sua capacidade de combinar inteligência tática com habilidades técnicas redefiniu o cargo, mostrando que o posicionamento e a visão de jogo são tão valiosos quanto a força física. O legado dele continuará a servir de modelo para futuras gerações de volantes que desejam ser o coração silencioso das equipes.