Corte de combustível: detalhes do desastre do voo AI171 em Ahmedabad
Ninguém esperava que um voo comum entre Nova Délhi e Londres acabasse do jeito que terminou o Air India Flight AI171, em junho de 2025. Mas logo após decolar do aeroporto de Ahmedabad, o Boeing 787-8 Dreamliner caiu sobre um complexo residencial lotado. O relatório inicial dos investigadores indianos mostrou um ato difícil de entender: os switches de controle de combustível dos dois motores foram colocados manualmente em “cut-off”—basicamente, cortaram o combustível. O relógio marcava só 33 segundos de voo.
Esse corte abrupto deixou os motores sem combustível e o avião perdeu força imediatamente, despencando num bairro residencial. O saldo foi devastador: 275 pessoas mortas, incluindo 34 moradores do local e a maioria dos 241 a bordo. Só uma pessoa sobreviveu—um homem britânico-indiano que estava na poltrona 11A. Uma tragédia que chocou famílias do mundo todo, especialmente no Reino Unido, que perdeu 53 cidadãos no desastre.

Gravações, suspeitas e problemas antigos no Boeing 787
Os próximos capítulos da investigação levantaram ainda mais polêmica. O gravador de voz da cabine registrou uma conversa tensa: um dos pilotos pergunta por que os switches de combustível foram cortados, enquanto o outro jura que não fez isso. Isso abriu espaço para várias dúvidas. Teria sido uma falha técnica repentina? Ou erro humano?
Outro detalhe chama a atenção: em 2018, a autoridade de aviação dos EUA (FAA) já tinha emitido um alerta sobre o sistema de controle de combustível desses Boeing 787. A preocupação era justamente sobre possíveis falhas nesses switches, que poderiam resultar em desligamento dos motores sem aviso. Agora, com o acidente, todos estão voltando a olhar para esse alerta antigo com outros olhos. Até a agência europeia de aviação entrou na jogada, investigando a Air India e sua subsidiária Air India Express. As acusações são sérias: desde demora na troca de peças até falsificação de registros de manutenção.
- A investigação brasileira sobre acidentes semelhantes vai ganhar destaque?
- O tema segurança volta a esquentar entre passageiros, companhias aéreas e órgãos de fiscalização.
- E a Boeing, depois de tantos escândalos recentes, sente a pressão aumentar sobre seus processos de revisão técnica.
O fato é que o acidente aéreo da Air India deixou marcas profundas na aviação do país e escancarou velhos problemas que nem sempre aparecem no noticiário. Para as famílias das vítimas e sobreviventes, fica a sensação de que muita coisa poderia — e deveria — ter sido evitada.