Debora Bloch se reinventa em uma nova era do suspense brasileiro
Debora Bloch está acostumada a personagens marcantes, mas, com seu papel em ‘Dias Perfeitos’, ela vai além do que o público já conhecia dela. Diferente dos papéis antigos, como a vilã Odete Roitman no clássico ‘Vale Tudo’, agora ela vive Patricia, uma mãe que, após um acidente grave, perde o movimento das pernas e depende inteiramente do filho para sobreviver. Só que a relação entre os dois, longe de ser pacífica, é marcada por tensão psicológica.
‘Dias Perfeitos’ é uma série original da Globoplay baseada no livro de Raphael Montes e coloca Debora no centro de uma trama intensa. Patricia, sua personagem, é frágil fisicamente, mas emocionalmente pega de surpresa ao perceber que o filho, Téo (Jaffar Bambirra), esconde facetas sombrias. Estudante de medicina com pinta de bom moço, Téo é descrito como psicopata, e isso desafia a visão de mãe protetora. Esse conflito toma conta da série, que transforma a rotina do lar em território de dúvidas e medo.
Numa coletiva de imprensa, Debora abriu o jogo sobre o impacto desse papel na própria carreira. Ela contou que nunca tinha feito nada parecido, principalmente numa produção que mistura suspense com drama familiar. Para ela, o mais difícil foi dar vida a uma mãe que precisa, ao mesmo tempo, cuidar de si e do filho, enquanto tenta negar o que vê: a ascendência do mal na pessoa de quem mais deveria confiar.
O peso das escolhas maternas e o mergulho no desconhecido
O lado materno de Patricia é colocado à prova em ‘Dias Perfeitos’. A série aposta nas nuances: Patricia vê as atitudes estranhas do filho, desconfia, mas demoraria muito a admitir para si que Téo é perigoso. Isso não é privilégio da ficção; é um corte preciso da vida real, onde muitos pais não conseguem enfrentar ou sequer enxergar o lado sombrio dos próprios filhos até que seja tarde demais.
Durante as gravações em 2023, Debora precisou se colocar no lugar de uma mulher vulnerável não só fisicamente, mas emocionalmente acuada. A série explora até onde vai o instinto de proteção de uma mãe diante de provas cada vez mais claras de que o filho pode ser perigoso para todos à volta—including ela mesma. Os conflitos se intensificam à medida que Patricia tenta equilibrar amor materno com a dura tarefa de aceitar a natureza obscura de Téo.
O roteiro não deixa fôlego: cada capítulo mistura mistério, tensão e reviravoltas inesperadas. Além disso, questiona até que ponto os laços familiares justificam o silêncio ou a negação diante do inaceitável. Esse mergulho de Debora Bloch num suspense psicológico representa um marco na carreira dela e promete mexer não só com quem é fã de thrillers, mas também com qualquer um que já tenha questionado os limites do próprio amor familiar.